terça-feira, 8 de setembro de 2009

DA FINITUDE DO TEMPO

Da finitude do tempo...



Sabemos todos que o tempo passa rápido quando estamos mentalmente concentrados e que, quando desocupados, ele parece arrastar-se, não é mesmo?

Pois bem, é a esta subjetividade do tempo que me refiro.

Tenho para mim que, na medida em que aumentamos nossa capacidade de concentração mental, o tempo vai encolhendo para nós. Ou seja, vamos eliminando o tempo em decorrência da elevação vibracional progressiva de nossos pensamentos e sentimentos, determinada pelo acúmulo de saberes e aptidões adquiridos em nossa já multimilenar excursão educativa pelos diferentes reinos da Natureza.

Tal expansão consciencial, intelecto-moral, nos enseja mergulhar mentalmente, e cada vez mais fundo, nas questões transcendentes aos aspectos materiais da vida.

Em outras palavras, com a sempre crescente aceleração das nossas vibrações psíquicas, embora o tempo continue sendo o que sempre foi, nós o perceberemos cada vez mais encolhido, mais curto, mais escasso...

É bom lembrar que, conforme Einstein, o tempo é apenas um derivativo do movimento das coisas materiais. É assim que a dimensão temporal inexiste nos planos eternais, habitados pelos espíritos elevados que já passaram, no tempo, pelas condições existenciais em que hoje nos demoramos, visto inexistirem seres privilegiados na criação divina.

Para eles, para os altíssimos padrões vibracionais em que pulsam, os séculos são como, para nós, são os dias. E, ao contrário do que pensávamos em nossa infância espiritual, a eternidade não é a sucessão interminável do tempo; é a ausência das dimensionalidades materiais, dentre elas o tempo.

E quando, por força da divina lei de evolução contínua e infinita dos seres, merecermos viver nas dimensões espirituais puras, não mais terão sentido para nós palavras como "futuro" e "passado", pois estaremos vivendo o eterno presente.

Haveremos, então, alcançado o "fim dos tempos" (fim = finalidade), e poderemos entender a promessa de Jesus de que permanecerá conosco até o final dos tempos, ou seja, enquanto precisarmos do condicionamento espaço-temporal, no qual ora estagiamos em sucessivas reencarnações.

Tenhamos presente, todavia, que a eliminação definitiva do tempo é uma perspectiva longínqua em nossa destinação espiritual. Por enquanto, cabe-nos bem aproveitá-lo na educação de nossos pensamentos e sentimentos com vistas à superação gradativa da animalidade ancestral que ainda nos chumba à crosta planetária.

Aureci Figueiredo Martins – Porto Alegre/RS, mar/2005

aureci@globo.com